PCC domina Penitenciária de Cruzeiro do Oeste

penitenciária cruzeiroAgentes carcerários estão temerosos com as atividades de presos da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), na Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste (PECO). A indisciplina conta até com “grito de guerra” para intimidar os funcionários, segundo denúncia feita à reportagem do jornal Umuarama Ilustrado.

A rebeldia começou durante a proclamação do “Salve Geral” ocorrido há algumas semanas em todas as penitenciárias e cadeias públicas do Estado. Desde então os detentos se negaram a sair para atendimentos médicos e passaram a tratar os agentes de forma hostil. Além disso, durante todas as noites, havia gritos de “todos por um”, “unidos jamais seremos vencidos”, “paz, justiça e liberdade”, entre outros.
As informações do “Salve Geral”, de acordo com os agentes que não foram identificados por questões de segurança, chegam por meio dos visitantes, que vão à PECO semanalmente. E embora a direção da unidade afirme que “nenhum preso se identifica como membro do PCC para não entrar em regime diferenciado” os agentes dizem que durante o Salve Geral os outros detentos chegavam a pedir autorização para os integrantes da facção criminosa para sair das celas.
A situação, contudo, está normalizada há uma semana, de acordo com a direção da unidade. “Esta não foi uma situação apenas da unidade, aconteceu em todo Paraná, mas desde segunda-feira as atividades já voltaram ao normal”, explica o diretor da PECO, Edgar Banhos. Em contrapartida os agentes alegam que não há segurança para trabalhar no local, que está interditado parcialmente após denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) por violação dos direitos humanos.
A situação dos agentes, porém, segue tensa porque por um lado os que cumpriram as orientações legais como transportar detentos algemados, por exemplo, o fizeram por medo dos criminosos e de perder o emprego, e os que aceitaram a imposição dos detentos sob orientação do PCC correm risco de ser atacados.
Segundo o diretor do Departamento de Execuções Penais (DEPEN), ligado à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU), a situação tensa pela qual passa a PECO era desconhecida. “Eu assumi no último dia 18 e até agora não fui comunicado pela direção da unidade sobre esses problemas. Mas vamos levantar as informações e tomar as medidas precisas”, declarou Cezinando Paredes.
Outra reivindicação dos denunciantes é quanto à estrutura da unidade, que, desde a inauguração vem apresentando problemas, além do esgoto que desemboca no fundo de uma propriedade rural particular, há refletores queimados há meses, que dificultam o trabalho dos homens que fazem a segurança noturna. “Sabemos desses problemas estruturais e já estamos providenciando as melhorias”, diz Paredes.
Enquanto a situação não é resolvida os agentes trabalham sob pressão e medo, conforme o trecho da carta entregue à redação do jornal, a “facção criminosa PCC está dominando a PECO de Cruzeiro do Oeste”. Dentro de alguns dias, afirma a direção do DEPEN, haverá uma visita à unidade para avaliar a denúncia.
As atividades do PCC na região têm ligação com o contrabando, conforme informou a este impresso em entrevista no ano passado o procurador federal da República Robson Martins. Ainda assim as autoridades de segurança pública não admitem que haja este tipo de ocorrência na região.

(Umuarama Ilustrado)

 

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